
Teoria da
conspiração sugere que houve outra mulher antes de EVA no paraíso!
De acordo
com a teoria, Lilith foi a mulher que veio antes de EVA, e também a primeira a ser banida.
Confira a teoria!
1) Desaparição editorial
No primeiro capítulo do livro Gênesis, que faz parte da Torá e da
Bíblia, Deus cria "homem e mulher" à sua imagem e semelhança. Mas,
logo no capítulo seguinte, somente Adão é mencionado. Onde foi parar a mulher
do primeiro capítulo? É só no segundo capítulo que Eva é criada, e no terceiro
que recebe seu nome. Essa inconsistência sugere que parte
do texto tenha sido editada ou removida
2) Lilith já estava lá
O registro mais antigo dessa figura está nas gravuras dos amuletos
de Arslan Tash, relíquias que datam do século 7 a.C. Alguns historiadores
argumentam ainda que Lilith é mencionada ainda antes, na demonologia suméria do
terceiro milênio a.C. Na Épica de Gilgamesh, poema mesopotâmio de 2100 a.C., há
uma possível menção a Lilith como demônia. Ou
seja, Lilith já era conhecida antes de compilarem o Gênesis, o que reforça a
teoria de que foi "apagada da história"
3) Primeira mulher, primeira rebelde
Segundo o Alfabeto de Ben Sirá, um dos textos que compõem a
coleção de escritos rabínicos chamado Talmud, Lilith foi criada a partir da
poeira junto a Adão - portanto, antes de Eva. Mas ela negou-se
a deitar sob ele na hora do sexo por não se sentir inferior e,
em protesto, abandonou o Éden. Ou seja, segundo o antigo folclore judaico,
Lilith rebelou-se contra a "superioridade" masculina de Adão, o que a
torna uma figura problemática para o judaísmo e para o catolicismo, religiões
patriarcais
"Agora sim"
Outra evidência de que Eva não foi a primeira pode ser encontrada
nos versículos de sua criação, no capítulo 2 do Gênesis. Em várias edições do
texto, Deus decide dar ao homem uma companheira "idônea", o que
sugere que alguma primeira parceira, “não idônea", já
tinha sido criada antes. Reforça essa teoria a fala de Adão em certas edições
da Bíblia (como a King James Atualizada) quando vê Eva: "Esta, sim, é osso
dos meus ossos"
4) Motivação política
Outro motivo para Lilith ter sumido do Gênesis é histórico.
Durante anos nos séculos 7 e 6 a.C., os hebreus, patriarcas da tradição
judaico-cristã, ficaram exilados na Babilônia. Durante essa época, os
babilônios passam a adorá-la, cultuando-a
como deusa da fertilidade. Por
ser adorada por seus captores babilônicos, os hebreus retiraram Lilith do mito
de criação da humanidade, e subsequentemente do Gênesis judeu e católico
5) Mulher-coruja
Lilith também é citada no Livro de Isaías, que faz parte tanto da
Torá quanto da Bíblia. Porém, ao longo de diversas traduções, seu nome foi
sendo suprimido até virar “animal noturno" ou
"coruja". Só algumas traduções que usam como base os
textos em hebraico (mais antigos) mantêm "Lilith" em Isaías 34, no
trecho em que o profeta descreve como a ira de Deus destruirá a Babilônia e, na
terra desolada,Lilith encontrará um lugar para repousar. Ou seja: o profeta
conhecia a figura da "primeira mulher”. Textos hebraicos e rendições
artísticas de Lilith a descrevem como uma mulher alada e serpentina. Então, dá
para associá-la à figura da serpente alada do Éden
6) Linhas tortas
A Igreja Católica, em particular, deu um "delete"
definitivo na única menção a ela dentro da Bíblia na metade do século 16,
durante o Concílio
de Trento. Nele,
a Igreja decidiu tornar "oficial" a Bíblia Vulgata, uma tradução para
latim do século 4 que já havia trocado a palavra "Lilith" em Isaías
34 por "ibis". A adoção de uma versão da Bíblia que já tinha dado
sumiço emLilith permitiu que ela fosse aos poucos desaparecendo da tradição
católica
POR OUTRO LADO
Nada é certo quando falamos em textos antigos
- A teoria acadêmica
dominante sobre o Gênesis diz que a "incoerência" entre o primeiro e
o segundo capítulo seria reflexo da tentativa de juntar dois mitos de criação
em um livro só, e não sinais de que parte dele foi "apagado"
O Gênesis é aberto a
intepretação. Há quem leia o primeiro capítulo como um resumo geral da criação
do mundo, para só no segundo entrar em detalhes
- Tanto Gênesis quanto
Isaías são textos antigos, têm origens incertas e passaram por diversas
traduções até as versões atuais, que diferem entre si. Ou seja, não existem
versões "definitivas" dos livros
- Todas as conexões
entre a figura do folclore judaico Lilith e as civilizações pré-cristãs são
contestáveis. Alguns consideram os amuletos de Arslan Tash falsificações. A
passagem da Épica de Gilgamesh que cita Lilith pode ser uma adição do século 6
a.C., e seu significado é incerto
- O único texto que de
fato menciona Lilith como primeira mulher de Adão é o Alfabeto de Ben Sirá, do
século 7, que alguns consideram satírico, embora faça mesmo parte do Talmud
judaico
- Textos sagrados não
são livros de história. Discutir o que "realmente" aconteceu no Éden
é igual a discutir se Capitu traiu Bentinho: não há uma resposta
Fonte:
mundoestranho.abril.com
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